Uma pedra
nunca dormiu tão bem quanto eu nesta noite. Não sei se foram os dois pares de
meias no pé me deixando superconfortável e quentinho ou o meu cansaço do dia
anterior, mas dormi bem mesmo. E ruim foi acordar, porque tava um frio de
singelos 5 graus. Aquecedor não estava ligado, para ajudar, então eu só contava
com as minhas roupas mesmo para esquentar. Depois do banho coloquei minha
camisa de Minion aventureiro, um moletom por cima e o casaco branco de ontem
porque não tava dando para administrar. A bermuda que levei na mochila ficou
intacta lá, quietinha.
Dando uma espiadinha no tempo para ver se hoje São Pedro não me trolla |
Adriana me
ofereceu café da manhã com pão com manteiga de verdade <3 Conheci
rapidamente o Marcos, marido dela, e finalmente conheci os filhinhos, Henry e
Benjamin. Os dois falam português e inglês, mas o Ben tem uma certa resistência
para falar português. Entende tudo o que a gente fala mas só responde em
inglês. Henry demorou a perder a vergonha mas depois ficou simpático haha
Entramos no carro, eu tentei puxar assunto com eles sobre Star Wars porque
tinha visto uma caixinha de lenços de papel com o tema, aí sim eles se soltaram
mais.
Fomos
leva-los ao dentista que era no caminho pro centro de Queenstown. Quer dizer,
ela os levou, eu só peguei a carona, né ahahha Não sabia quando que o ônibus ia
resolver passar, aceitei o bonde. Chegando no consultório, a recepcionista deu
“oi”. Opa, mais brasileiros. Tá morando lá há 12 anos com a família dela. Adriana
11 anos. Um outro brasileiro que encontrei há 11 também. O que rolou 12 anos
atrás para motivar essa galera a ir pra Nova Zelândia? Os filmes de Senhor dos
Anéis? Enfim. Terminada a consulta, Henry veio mostrar o sorrisão dele e a
bexiga com adesivo que ganhou, aí se soltou mesmo. Depois fomos em direção à
escola do Benjamin para deixa-lo na colônia de férias. Após isso, centro da
cidade.
oi :) |
A vista do consultório |
Devido a
essas idas e vindas acabei chegando lá às 9am, já não dava tempo para fazer o
rafting. Apesar que meu salto era 11:30, nem que chegasse a tempo daria. Aí vi
que tudo ia conflitar com o horário, o tempo tava muito feio para um salto de
paraquedas, então fui atrás de atividades indoor mesmo, que não tinha risco do
meu azar fazer algum fenômeno da natureza se manifestar de novo. Tava quase
ligando pro Instituto Xavier e mandando a Ororo sossegar o popô. Lá no centro
tem vários lugares com panfletinhos (que eu gosto pouco, né?) sobre tudo o que
a cidade oferece: hotéis, passeios, restaurantes, atividades radicais... E eles
mesmos já marcam as coisas, sem nem cobrar taxa. Prático, né? Aí olhei lá a
sessão de indoor activities e peguei uns panfletos para ver o que tinha.
Fui atrás
de onde tinha jogo com óculos de realidade virtual. Chegando na Thrill Zone,
falei que queria fazer e, e, e: a máquina tava com defeito. Meu azar ultrapassa
barreiras, amigos. A urucubaca inimiga é da boa. Mas ainda havia esperança,
porque a mocinha disse que de tarde ela estaria boa, já haviam chamado o
técnico. Aí para não perder a viagem, fui no cinema 12D. Eu já não entendo
quarta dimensão, quiçá décima-segunda, né, mas ramo. Primeiro filminho, que
troço bocó. O máximo que aconteceu foi uns ventinhos de lugares inesperados que
deram um sustinho. No final a menina perguntou se eu tinha gostado, falei logo
que era bem infantil e sem emoção nenhuma auhsuahsauh Aí pedi o que era mais
emocionante, que mexia mais a poltrona e tinha mais efeitos, ela me colocou num
de nave espacial. Esse sim era bacana, quando passava por neve eles jogavam
bolha de sabão, tinha espirro de água também, vento... Valeu a pena? Não, mas
como eu tinha vários nadas para fazer enquanto esperava pelo salto, era o que
tinha. E fazendo duas atividades lá tinha desconto, daí eu avisei que mais
tarde voltaria e jogaria no VR. Depois dei mais uma voltinha por ali, fui atrás de onde tinha o lago.
Lá vem o pato, pato aqui pato acolá. E ali, e ali também, e outro do lado, e meu Deus, quanto pato! |
Pois bem,
hora de ir pro Station Building de novo esperar pelo ônibus que nos levaria pra
ponte Kawarau de novo. Enquanto dava meus dados e me pesava na espera, a
atendente perguntou se eu falava português e seu eu podia ajudá-la a traduzir
umas coisas para outro brasileiro que tinha sido atendido antes dela. Opa, primeiro
trabalho de intérprete ahsauhsahu Falei que sim e ela me levou para falar com
Dario, um mineiro aventureiro nato que já saltou de vários lugares e que faz
vôos de parapente, mas que ainda tava caminhando no inglês. Ele tinha comprado
os saltos separadamente (ele ia fazer em 3 lugares diferentes!) e a atendente,
vendo que ele podia ter comprado em combo, ofereceu a ele que mudasse a compra
dele e que os 155 dólares extra ele poderia usar na lojinha. Agora você vê, né.
A própria empresa que tava ganhando o “dinheiro extra” fez questão de arrumar
alguém para explicar pro cliente que ele podia economizar com eles e ainda
ofereceu uma solução ótima, já que reembolso eles não podiam dar. Se fosse
aqui, onde que teriam esse trabalho e disposição?
Passada a
explicação, ficamos lá esperando e eu troquei uma ideia com eles. No plural
porque tinha mais um brasileiro lá, claro hahaha A gente infesta qualquer
lugar! Francisco, paulista de uns 23 anos, tava lá de férias e ia saltar no
Nevis, assim como o Dario (Nevis é um que eles te colocam numa espécie de
teleférico, e quando chega no meio, você se joga no canyon hahaah). Não demorou
muito e chamaram pro ônibus. Lá fomos nós. No caminho ainda troquei telefone
com eles, pra gente compartilhar nossas fotos saltando, mas o do Francisco eu
devo ter pegado errado, não apareceu até hoje na lista. Facebook eles não têm
:/
Desci em
Kawarau e eles seguiram pro Nevis. É hoje, tem que ser! Já fui correndo lá para
baixo e me enfiei na fila para saltar. Não ia dar chance pro vento resolver
virar no Jiraya e me tirar dali de novo. Tudo seguindo normalmente, céu lindo!
Levi colocou meu harness (não sei o nome disso em português, é aquele monte de
cinto de segurança junto) e eu o ensinei a falar “parça” para ele expandir o
vocabulário dele que se resumia em “segura” e “obrigado”😂
Última chance para desistir |
GoPro no
pulso, me chamaram para colocar o elástico e foram dando as instruções. É hoje
mesmo! Tirei o óculos porque não podia saltar com ele, né, e fui colocar os
equipamentos. Metade do nervosismo passou por conta da miopia não me deixar
enxergar o rio e a altura de verdade. O rapaz perguntou se eu queria fazer o
toque na água e quanto na água que queria entrar. Falei que seria em torno dos
ombros, porque não queria molhar a calça. A postos, olha pra frente pra foto,
olha pro lado pra outra foto. 3, 2, 1, bungee! E aí, amigo, foi só me jogar.
Tchibum |
TÔ VOANNY |
"Dá tchauzinho pra câmera" |
Que
sensação incrível! Realmente se eu tivesse vendo tudo em HD, acho que seria
ainda mais incrível, mas não achei lente de contato vendendo. Eu tive a
sensação mesmo do salto quando senti a gravidade me levando e eu não tendo onde
me segurar, mas foi tão rápido que assim que percebi já tava mergulhando na
água e sendo puxado de novo. Aliás o puxão é outra sensação muito intensa.
Entrou água no nariz, dei uma fungada para sair, balancei a cabeça e continuei
olhando tudo em volta curtindo como nunca. E logo veio o mastro de borracha
para me segurar e eles me levarem pro bote de resgate. Ainda mandou dar
tchauzinho para cima, mas eu lá tava enxergando para onde? Só ele saiu bem na
foto, eu cobri meu rosto dando o tchau hahaha
Depois fui
subindo de volta para buscar minhas coisas na ponte, e só no meio do caminho
que me dei conta que o meu toque na água foi exatamente onde eu pedi, nos
ombros. Os cara são muito precisos! Não é à toa aquela medição toda. Troquei de
camisa, passei um tempo na lojinha experimentando brusinhas enquanto não dava a
hora do ônibus partir. Vi as fotos e o vídeo no computador deles e escolhi a
forma como eu queria, se em DVD, postado no Facebook, em pen drive... Escolhi
pen drive que aí eu poderia editar o vídeo para juntar no vlog do dia, mas ele
já veio pronto. Aí eles me deram o pen drive de lá e uma camisa de brinde. Mais
brusinha eeeeeee!
Mi moiei 😁 |
Ainda fiquei lá um tempo e subi quando faltava
2min pro horário do ônibus. Comigo subiram dois casais que foram comigo também.
Chegando lá em cima, 13:59, olhamos pra fora e o ônibus já tinha saído. 5
pessoas com cara de orifício procto-anal. 2min depois chegou a responsável pelo
nosso grupo, que fez cara de surpresa quando olhou a hora e fingiu que errados
fomos nós que nos atrasamos. Dissemos que chegamos antes da hora combinada e
que eles que saíram mais cedo, ela disse que teríamos que esperar mais 40min
pro próximo. Tá de sacanagem, né? Eu tô com tempo contado, minha filha!
Descemos
pra área de espera, dei mais um rolê na lojinha (Roberto, vamos trabalhar isso
na terapia rs) e comprei um chaveiríneo com o mesmo elástico usado no bungy. Já
substituo o meu chaveiro com o Cristo Redentor de abdômen de fisiculturista
auhsauhsau 20min depois uma moça nos chama dizendo que ia dar carona pra gente,
aí fomos na van dela em direção ao Station Building.
Graças a
uma obra no caminho e à longa distância, demoramos quase 40min para chegar. Às 15h
no centro da cidade, não tinha muito o que fazer. Fui lá no Thrill Zone
jogar no VR que prometi voltar. Chegando lá, a cara de bunda delas ao me verem
já me dizia tudo: a máquina não tinha sido consertada. As inimigas fizeram um
ótimo trabalho mesmo, hein. Mas tá, vou atrás de almoço e esperar a carona da
Adriana pro aeroporto.
A fila do
Fergburger era tentadora só pelo fato de ter fila uahsahsuh Mas eu fui na parte
do lado, que é de padaria. Tinham várias tortinhas lá, com muitos recheios
diferentes e gostosos e quase nenhum tinha queijo <3 Peguei uma de carne de
porco com maçã caramelizada e uma de frango com cogumelo e milho. Deliciosas! E
me empanturraram auhsauhsau E aquele suquinho gostoso de laranja com polpa da
Keri. Perto da hora da carona, fiquei esperando numa pracinha com um riacho
passando. Várias pessoas lá, inclusive, conversando ou namorando.
A baita fila pro Fergburger, tendo umas tortas deliciosas bem do lado... |
No caminho
pro aeroporto Adriana ainda me levou num lugar que tinha uma baita vista da
cidade, mas tava rolando uma ensaio fotográfico de casamento e não teve como
descer do carro e me enfiar no álbum dos outros. Mas deu para ver do carro
mesmo. E aí fomos pro aeroporto mesmo, as crianças já tinham apagado no banco
de trás, deu nem para dar tchau. Me despedi só da Adriana mesmo e entrei no aeroporto
mirando no tal sorvete da Patagonia que ela disse que era um crime sair de lá
sem tomar, mesmo sendo caro. Eu tava cheio já das tortinhas, pedi só o copinho
kids para dizer que tomei. E olha... Bacio di Latte dá de 10 a 0 nesse sorvete
argentino. Hermanos, sinto muito. 10 a 4 então, porque não era ruim, mas não
tinha nada demais, só a textura que era muito boa.
Ainda
passei na loja de doces de lá que tinha doce do mundo inteiro. Junto ao preço
tinha a bandeirinha do país de origem. Não vi nada do Brasil, uma pena. Temos
ótimos doces daqui que poderiam ganhar o mundo, mas fazer o que? Comprei umas
coisíneas para experimentar depois.
E peguei o
avião. Assento na janela, ninguém do meu lado eeee Pude esticar as pernas e olhar
a linda vista. E desta vez eu ainda faria conexão em Christchurch, aí queria
ver mesmo como era a cidade de cima.
Tá em reais esse preço, né? |
Bye bye, Queenstown! E que avião pequetito! |
Passando
por ela, vi a diferença brutal que é Queenstown e Christchurch em termos de
relevo. A cidade é completamente plana! E toda desenhadinha, parece até que fez
parte do filme Sinais. Foi só conexão de 50min, então não dava para passear. Só
fui lá fora mesmo para respirar o ar de Cristoigreja e tirar foto desse
monumento bonito que tem na porta.
Mais um
avião, Auckland a caminho. Desta vez fui dormindo, mesmo que por 1 hora apenas.
Só acordei mesmo para pegar o biscoito, que era ruim e tinha nome de Mexicano
sendo que tava escrito em cima que era de milho cultivado na Nova Zelândia.
Quer dizer... asuauhsahaus
E cheguei.
Pedi Uber, mas não dava para alterar meu número do celular pro número da Nova
Zelândia, aí toda vez que os caras queriam saber onde eu tava não conseguiam me
ligar. E em Auckland também tem rolo de Uber com taxista, na área que eu pedi o
Uber não podia entrar. Aí eu vi o motorista se aproximando, mas ele só parou
rapidinho para dizer “continua andando, finge que não me viu e nem eu vi você”.
Nem fiquei com medo, né? Hasuahsaus Aí ele cancelou a corrida e eu entendi que
era para fugir dos taxistas. Bom, eu não ia pagar o dobro para pegar um táxi
normal. Pedi de novo o Uber, porque ele tinha cancelado a corrida, e veio o
mesmo motorista. Fui andando e encontrei com ele vindo na minha direção, pedindo
desculpas e explicando porque ele não podia parar lá. Aí falou que na outra
área onde ele estacionou, podia, porque o aeroporto cobra 5 dólares para
entrar, e esses 5 dólares a empresa Uber repassa para eles, e ninguém sai
perdendo. Ai, Uber, que amorzinho que vocês são...
Em casa eu
cheguei morto. Só quis tomar banho, comer e dormir. E foi isso que eu fiz. O
dia valeu a pena apesar de tanto contratempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário