quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Day 17 in New Zealand



Uma pedra nunca dormiu tão bem quanto eu nesta noite. Não sei se foram os dois pares de meias no pé me deixando superconfortável e quentinho ou o meu cansaço do dia anterior, mas dormi bem mesmo. E ruim foi acordar, porque tava um frio de singelos 5 graus. Aquecedor não estava ligado, para ajudar, então eu só contava com as minhas roupas mesmo para esquentar. Depois do banho coloquei minha camisa de Minion aventureiro, um moletom por cima e o casaco branco de ontem porque não tava dando para administrar. A bermuda que levei na mochila ficou intacta lá, quietinha. 

Dando uma espiadinha no tempo para ver se hoje São Pedro não me trolla


Adriana me ofereceu café da manhã com pão com manteiga de verdade <3 Conheci rapidamente o Marcos, marido dela, e finalmente conheci os filhinhos, Henry e Benjamin. Os dois falam português e inglês, mas o Ben tem uma certa resistência para falar português. Entende tudo o que a gente fala mas só responde em inglês. Henry demorou a perder a vergonha mas depois ficou simpático haha Entramos no carro, eu tentei puxar assunto com eles sobre Star Wars porque tinha visto uma caixinha de lenços de papel com o tema, aí sim eles se soltaram mais.

Fomos leva-los ao dentista que era no caminho pro centro de Queenstown. Quer dizer, ela os levou, eu só peguei a carona, né ahahha Não sabia quando que o ônibus ia resolver passar, aceitei o bonde. Chegando no consultório, a recepcionista deu “oi”. Opa, mais brasileiros. Tá morando lá há 12 anos com a família dela. Adriana 11 anos. Um outro brasileiro que encontrei há 11 também. O que rolou 12 anos atrás para motivar essa galera a ir pra Nova Zelândia? Os filmes de Senhor dos Anéis? Enfim. Terminada a consulta, Henry veio mostrar o sorrisão dele e a bexiga com adesivo que ganhou, aí se soltou mesmo. Depois fomos em direção à escola do Benjamin para deixa-lo na colônia de férias. Após isso, centro da cidade.

oi :)

A vista do consultório

Devido a essas idas e vindas acabei chegando lá às 9am, já não dava tempo para fazer o rafting. Apesar que meu salto era 11:30, nem que chegasse a tempo daria. Aí vi que tudo ia conflitar com o horário, o tempo tava muito feio para um salto de paraquedas, então fui atrás de atividades indoor mesmo, que não tinha risco do meu azar fazer algum fenômeno da natureza se manifestar de novo. Tava quase ligando pro Instituto Xavier e mandando a Ororo sossegar o popô. Lá no centro tem vários lugares com panfletinhos (que eu gosto pouco, né?) sobre tudo o que a cidade oferece: hotéis, passeios, restaurantes, atividades radicais... E eles mesmos já marcam as coisas, sem nem cobrar taxa. Prático, né? Aí olhei lá a sessão de indoor activities e peguei uns panfletos para ver o que tinha.
 
Fui atrás de onde tinha jogo com óculos de realidade virtual. Chegando na Thrill Zone, falei que queria fazer e, e, e: a máquina tava com defeito. Meu azar ultrapassa barreiras, amigos. A urucubaca inimiga é da boa. Mas ainda havia esperança, porque a mocinha disse que de tarde ela estaria boa, já haviam chamado o técnico. Aí para não perder a viagem, fui no cinema 12D. Eu já não entendo quarta dimensão, quiçá décima-segunda, né, mas ramo. Primeiro filminho, que troço bocó. O máximo que aconteceu foi uns ventinhos de lugares inesperados que deram um sustinho. No final a menina perguntou se eu tinha gostado, falei logo que era bem infantil e sem emoção nenhuma auhsuahsauh Aí pedi o que era mais emocionante, que mexia mais a poltrona e tinha mais efeitos, ela me colocou num de nave espacial. Esse sim era bacana, quando passava por neve eles jogavam bolha de sabão, tinha espirro de água também, vento... Valeu a pena? Não, mas como eu tinha vários nadas para fazer enquanto esperava pelo salto, era o que tinha. E fazendo duas atividades lá tinha desconto, daí eu avisei que mais tarde voltaria e jogaria no VR. Depois dei mais uma voltinha por ali, fui atrás de onde tinha o lago.



Lá vem o pato, pato aqui pato acolá. E ali, e ali também, e outro do lado, e meu Deus, quanto pato!

Pois bem, hora de ir pro Station Building de novo esperar pelo ônibus que nos levaria pra ponte Kawarau de novo. Enquanto dava meus dados e me pesava na espera, a atendente perguntou se eu falava português e seu eu podia ajudá-la a traduzir umas coisas para outro brasileiro que tinha sido atendido antes dela. Opa, primeiro trabalho de intérprete ahsauhsahu Falei que sim e ela me levou para falar com Dario, um mineiro aventureiro nato que já saltou de vários lugares e que faz vôos de parapente, mas que ainda tava caminhando no inglês. Ele tinha comprado os saltos separadamente (ele ia fazer em 3 lugares diferentes!) e a atendente, vendo que ele podia ter comprado em combo, ofereceu a ele que mudasse a compra dele e que os 155 dólares extra ele poderia usar na lojinha. Agora você vê, né. A própria empresa que tava ganhando o “dinheiro extra” fez questão de arrumar alguém para explicar pro cliente que ele podia economizar com eles e ainda ofereceu uma solução ótima, já que reembolso eles não podiam dar. Se fosse aqui, onde que teriam esse trabalho e disposição? 

Passada a explicação, ficamos lá esperando e eu troquei uma ideia com eles. No plural porque tinha mais um brasileiro lá, claro hahaha A gente infesta qualquer lugar! Francisco, paulista de uns 23 anos, tava lá de férias e ia saltar no Nevis, assim como o Dario (Nevis é um que eles te colocam numa espécie de teleférico, e quando chega no meio, você se joga no canyon hahaah). Não demorou muito e chamaram pro ônibus. Lá fomos nós. No caminho ainda troquei telefone com eles, pra gente compartilhar nossas fotos saltando, mas o do Francisco eu devo ter pegado errado, não apareceu até hoje na lista. Facebook eles não têm :/

Desci em Kawarau e eles seguiram pro Nevis. É hoje, tem que ser! Já fui correndo lá para baixo e me enfiei na fila para saltar. Não ia dar chance pro vento resolver virar no Jiraya e me tirar dali de novo. Tudo seguindo normalmente, céu lindo! Levi colocou meu harness (não sei o nome disso em português, é aquele monte de cinto de segurança junto) e eu o ensinei a falar “parça” para ele expandir o vocabulário dele que se resumia em “segura” e “obrigado”😂

Última chance para desistir

GoPro no pulso, me chamaram para colocar o elástico e foram dando as instruções. É hoje mesmo! Tirei o óculos porque não podia saltar com ele, né, e fui colocar os equipamentos. Metade do nervosismo passou por conta da miopia não me deixar enxergar o rio e a altura de verdade. O rapaz perguntou se eu queria fazer o toque na água e quanto na água que queria entrar. Falei que seria em torno dos ombros, porque não queria molhar a calça. A postos, olha pra frente pra foto, olha pro lado pra outra foto. 3, 2, 1, bungee! E aí, amigo, foi só me jogar.



Tchibum

TÔ VOANNY

"Dá tchauzinho pra câmera"

Que sensação incrível! Realmente se eu tivesse vendo tudo em HD, acho que seria ainda mais incrível, mas não achei lente de contato vendendo. Eu tive a sensação mesmo do salto quando senti a gravidade me levando e eu não tendo onde me segurar, mas foi tão rápido que assim que percebi já tava mergulhando na água e sendo puxado de novo. Aliás o puxão é outra sensação muito intensa. Entrou água no nariz, dei uma fungada para sair, balancei a cabeça e continuei olhando tudo em volta curtindo como nunca. E logo veio o mastro de borracha para me segurar e eles me levarem pro bote de resgate. Ainda mandou dar tchauzinho para cima, mas eu lá tava enxergando para onde? Só ele saiu bem na foto, eu cobri meu rosto dando o tchau hahaha

Depois fui subindo de volta para buscar minhas coisas na ponte, e só no meio do caminho que me dei conta que o meu toque na água foi exatamente onde eu pedi, nos ombros. Os cara são muito precisos! Não é à toa aquela medição toda. Troquei de camisa, passei um tempo na lojinha experimentando brusinhas enquanto não dava a hora do ônibus partir. Vi as fotos e o vídeo no computador deles e escolhi a forma como eu queria, se em DVD, postado no Facebook, em pen drive... Escolhi pen drive que aí eu poderia editar o vídeo para juntar no vlog do dia, mas ele já veio pronto. Aí eles me deram o pen drive de lá e uma camisa de brinde. Mais brusinha eeeeeee!

Mi moiei 😁
 
Tem inclusive as mesmas Havaianas que vendem no Brasil, mas por NZ$39.90

Ainda fiquei lá um tempo e subi quando faltava 2min pro horário do ônibus. Comigo subiram dois casais que foram comigo também. Chegando lá em cima, 13:59, olhamos pra fora e o ônibus já tinha saído. 5 pessoas com cara de orifício procto-anal. 2min depois chegou a responsável pelo nosso grupo, que fez cara de surpresa quando olhou a hora e fingiu que errados fomos nós que nos atrasamos. Dissemos que chegamos antes da hora combinada e que eles que saíram mais cedo, ela disse que teríamos que esperar mais 40min pro próximo. Tá de sacanagem, né? Eu tô com tempo contado, minha filha!

Descemos pra área de espera, dei mais um rolê na lojinha (Roberto, vamos trabalhar isso na terapia rs) e comprei um chaveiríneo com o mesmo elástico usado no bungy. Já substituo o meu chaveiro com o Cristo Redentor de abdômen de fisiculturista auhsauhsau 20min depois uma moça nos chama dizendo que ia dar carona pra gente, aí fomos na van dela em direção ao Station Building.
Graças a uma obra no caminho e à longa distância, demoramos quase 40min para chegar. Às 15h no centro da cidade, não tinha muito o que fazer. Fui lá no Thrill Zone jogar no VR que prometi voltar. Chegando lá, a cara de bunda delas ao me verem já me dizia tudo: a máquina não tinha sido consertada. As inimigas fizeram um ótimo trabalho mesmo, hein. Mas tá, vou atrás de almoço e esperar a carona da Adriana pro aeroporto.

A fila do Fergburger era tentadora só pelo fato de ter fila uahsahsuh Mas eu fui na parte do lado, que é de padaria. Tinham várias tortinhas lá, com muitos recheios diferentes e gostosos e quase nenhum tinha queijo <3 Peguei uma de carne de porco com maçã caramelizada e uma de frango com cogumelo e milho. Deliciosas! E me empanturraram auhsauhsau E aquele suquinho gostoso de laranja com polpa da Keri. Perto da hora da carona, fiquei esperando numa pracinha com um riacho passando. Várias pessoas lá, inclusive, conversando ou namorando.

A baita fila pro Fergburger, tendo umas tortas deliciosas bem do lado...
 

No caminho pro aeroporto Adriana ainda me levou num lugar que tinha uma baita vista da cidade, mas tava rolando uma ensaio fotográfico de casamento e não teve como descer do carro e me enfiar no álbum dos outros. Mas deu para ver do carro mesmo. E aí fomos pro aeroporto mesmo, as crianças já tinham apagado no banco de trás, deu nem para dar tchau. Me despedi só da Adriana mesmo e entrei no aeroporto mirando no tal sorvete da Patagonia que ela disse que era um crime sair de lá sem tomar, mesmo sendo caro. Eu tava cheio já das tortinhas, pedi só o copinho kids para dizer que tomei. E olha... Bacio di Latte dá de 10 a 0 nesse sorvete argentino. Hermanos, sinto muito. 10 a 4 então, porque não era ruim, mas não tinha nada demais, só a textura que era muito boa.

Ainda passei na loja de doces de lá que tinha doce do mundo inteiro. Junto ao preço tinha a bandeirinha do país de origem. Não vi nada do Brasil, uma pena. Temos ótimos doces daqui que poderiam ganhar o mundo, mas fazer o que? Comprei umas coisíneas para experimentar depois.
E peguei o avião. Assento na janela, ninguém do meu lado eeee Pude esticar as pernas e olhar a linda vista. E desta vez eu ainda faria conexão em Christchurch, aí queria ver mesmo como era a cidade de cima. 

Tá em reais esse preço, né?

Bye bye, Queenstown! E que avião pequetito!

Passando por ela, vi a diferença brutal que é Queenstown e Christchurch em termos de relevo. A cidade é completamente plana! E toda desenhadinha, parece até que fez parte do filme Sinais. Foi só conexão de 50min, então não dava para passear. Só fui lá fora mesmo para respirar o ar de Cristoigreja e tirar foto desse monumento bonito que tem na porta.


Mais um avião, Auckland a caminho. Desta vez fui dormindo, mesmo que por 1 hora apenas. Só acordei mesmo para pegar o biscoito, que era ruim e tinha nome de Mexicano sendo que tava escrito em cima que era de milho cultivado na Nova Zelândia. Quer dizer... asuauhsahaus 


E cheguei. Pedi Uber, mas não dava para alterar meu número do celular pro número da Nova Zelândia, aí toda vez que os caras queriam saber onde eu tava não conseguiam me ligar. E em Auckland também tem rolo de Uber com taxista, na área que eu pedi o Uber não podia entrar. Aí eu vi o motorista se aproximando, mas ele só parou rapidinho para dizer “continua andando, finge que não me viu e nem eu vi você”. Nem fiquei com medo, né? Hasuahsaus Aí ele cancelou a corrida e eu entendi que era para fugir dos taxistas. Bom, eu não ia pagar o dobro para pegar um táxi normal. Pedi de novo o Uber, porque ele tinha cancelado a corrida, e veio o mesmo motorista. Fui andando e encontrei com ele vindo na minha direção, pedindo desculpas e explicando porque ele não podia parar lá. Aí falou que na outra área onde ele estacionou, podia, porque o aeroporto cobra 5 dólares para entrar, e esses 5 dólares a empresa Uber repassa para eles, e ninguém sai perdendo. Ai, Uber, que amorzinho que vocês são...

Em casa eu cheguei morto. Só quis tomar banho, comer e dormir. E foi isso que eu fiz. O dia valeu a pena apesar de tanto contratempo.

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