Day 20 in Los Angeles

Sextaaaaaa! E sexta é dia de que? De dizer “até semana que vem, fessô!” com aquela felicidade exuberante estampada nas rugas e covinhas que se formam ao sorrir. E cê sabe que eu gostei da minha sexta?

Não que eu tenha feita taaaaaanta coisa assim ou tenha ido para um lugar bacana que eu nunca tinha visitado, mas eu gostei.

Pela manhã não rolou nada surpreendente até os últimos minutos de aula. Até os últimos minutos de aula. Faltando uns 30 minutos para terminar a aula, Dan pediu para que escrevêssemos 3 perguntas sobre o que nós gostaríamos de saber sobre os outros países em relação a costumes, comida, transporte... whatever, qualquer coisa servia. E podia ser direcionado a um país específico ou em geral, como eu baseei as minhas. As opções de países eram Brasil (só eu para responder, Marcelo faltou no dia), Turquia (Nuri e Bheste), Arábia Saudita (Saad e a nerd lá) e China/Taiwan (as duas de olhinhos puxados).

Escrevi as minhas:

+ Como se dá a paquera (acho que foi a melhor palavra que encontrei para traduzir flirt, menos antiquada que flerte, pelo menos) no seu país? É vergonhoso pra mulher chegar em um homem?

+ Quais são as etapas desde o namoro até o divórcio?

+ Que aspecto do seu país você acha importante mas que o mundo não conhece/dá ideia?

Dan recolheu as folhas e começou a ler as perguntas que ele achou mais relevantes e adaptou algumas para se encaixar melhor e não ofender outras culturas. Ele disse que por mais natural que possa parecer pra gente às vezes as pessoas ficam ofendidas com coisas mínimas. Nessa hora, eu sendo o único ocidental da turma, já fiquei apreensivo pensando no quão odiado eu poderia ser depois de ouvirem minhas perguntas. Ainda bem que era para deixar sem nome ausuahsuahsua

A primeira pergunta foi sobre bebidas e lá veio o meu primeiro choque. Na Arábia Saudita é terminantemente proibido qualquer tipo de bebida alcoólica. E, por conta disso, NÃO EXISTEM bares nem danceterias por lá. Essa proibição se deve à religião islã mesmo. Aí o Dan perguntou logo “como é que vocês conhecem pessoas, combinam de sair com namorada...?” e o Saad disse que o melhor (e único, né?!) lugar para se fazer isso é nos shoppings. Esse é o preço que se paga por não pagar imposto de NADA lá. Acho que já mencionei isso aqui no blog, que na Arábia Saudita simplesmente não há imposto para os cidadãos, o governo paga tudo.

Depois ele perguntou sobre as bebidas de cada país e ele já sabia que a do Brasil é a cachaça. Aliás ele sabia de todos os países, Dan é a pessoa mais culta que eu já vi na minha vida o.O Não que isso seja uma informação difícil, mas o cara sabe muito de todos os países MESMO!

Próxima pergunta foi logo a minha. Assim que ele leu mentalmente já soltou um “ohhhhh esta é interessante” rs. Jogou a pergunta no ar e ninguém se manifestou. Lá fui eu falar sobre cantadas, micaretas e paquera (putz, não vem outra palavra mais contemporânea, foi mal) no Brasil. Aí os outros disseram que o negócio no país deles é demonstrar que está a fim chegando para conversar, pagando uma bebida e tal... quando foi a vez das chinesas falarem, elas estavam horrorizadas. A mais velha (pelo menos aparentemente) respondeu que ela nunca tinha flertado na vida e que a única experiência dela era ter visto em filme uma mulher escrevendo o telefone no guardanapo e colocando debaixo do copo ao entregar ao rapaz interessado, mas que isso para ela era vulgar demais. Quase mandei ela fazer uma buscar por “que isso, novinha” no YouTube, mas foi melhor eu ficar quieto e deixar a imagem de meu país pútrida a nível nacional só rs.

Ele continuou na minha folha, mas deu uma bela podada na pergunta. Ele só perguntou se em nossos países o divórcio era permitido. Todos disseram que sim com a maior naturalidade. E eu esperando uma cara de espanto na cara das chinesas, nem rolou =( uasuahsuahsuauahsu

Passou pra folha da nerd saudita. Ela formulou a pergunta esquisitamente mas só queria saber se era possível encontrar algum brasileiro (pois é, a primeira pergunta específica foi logo sobre o Brasil) que não bebesse nada alcoólico. Eu só virei pra ela, dei um tchauzinho e falei “prazer em conhecê-la” rs. Mas deixei claro que eu era bem atípico no Brasil. De qualquer forma a cara de “porra, tão fácil assim” ao saber que eu não bebia foi a melhor parte xD

E logo acabou o tempo da aula. Antes de sair o Dan me chamou e falou que eu ia gostar de uma pergunta lá. Aí leu “todos os brasileiros se comportam no dia a dia como se estivessem no Carnaval mesmo?”. Tipo, quem escreveu aquela pergunta já tinha a resposta “sim” na cabeça, só queria uma confirmação aushauhsauhauhs Ah, Brasil, como você é mal visto pelo mundo... Mas eu bem gostei disso, é maneiro pra caramba conhecer essas diferenças culturais e ver, ainda que de forma negativa, como seu país é visto mundo afora.

Sexta-feira não tem aulas eletivas para ninguém, então meus amiguínios estavam disponíveis para sairmos para algum lugar. No dia anterior já tínhamos combinado que iríamos a Santa Monica porque eu precisava trocar meu boné e Edmar queria comprar um relógio. Jacque só ia olhar lojas de perfume e encaroçar, como sempre hahahahaha

Batgirl e eu nos encontramos rápido porque temos celular, mas tivemos que esperar Batman voltar do passeio dele ao Getty Museum com a turma dele. Não demorou muito e ele apareceu. E lá fomos nós para Santa Monica.

Santa Monica é uma cidade vizinha a West Hollywood (onde fica a Kaplan) mas que ainda faz parte do condado de Los Angeles. Aliás esse negócio de condado é meio estranho pra gente porque não tem isso no Brasil. Só vi isso aqui e no Senhor dos Anéis. Tem gente que traduz county como município, mas para mim município e cidade são a mesma coisa. Mas como eu não saco nada de política, devo estar errado. Então condado seria um grupo de cidades menores. Ah, para facilitar o entendimento: é como se aqui condado fosse cidade e cidade fosse bairro, tipo isso.

Enfim. 20 minutos depois chegamos a Santa Monica e já fomos direto pra 3^rd Street, que é a rua com as milhares de lojas. É tipo o calçadão em Bangu, mas num lugar nobre. É, não tem nada a ver com Bangu uahsuahsasauuhausauhs

A rua não tem asfalto pois não é para carro passar, é só de pedestre mesmo. E ela tem uns chafarizes bem legais com formato de dinossauro esculpidos em moitas. Acho que o Edward Mãos de Tesoura passou as férias aqui também. Na foto não dá para ver muito bem mas é um dinossauro, confie no titio. E aí você pode ver como a rua é larga. É longa também, mas não dá para ver pela foto.

Fomos andando e nossa primeira parada foi numa loja de cosméticos para ver perfumes (ganha um Sour Punch quem adivinhar quem foi que quis entrar lá). Além dos perfumes tinha também esmalte de tudo quanto é cor e efeito (tinha daqueles que fica rachado na unha, Isa!), maquiagem de tudo quanto é marca, sais de banho e até uma boneca inflável falante. Ah não, era a atendente que tinha os lábios mais pintados que a capela Sistina mesmo.

Um pouco mais a frente veio a Apple Store que eu finalmente entrei. Na quarta eu só encontrei Dima na porta, não cheguei a entrar. Lojinha grande, hein! Cada mesa tinha 6 coisas-do-mesmo-tipo disponíveis para testar. Tipo, uma mesa só com iPad 2, outra só com MacBook Air... A melhor experiência foi sem dúvida abrir o Google Maps em fullscreen no iMac de 27”. Quase vi o Rio de Janeiro de tão grande que o troço é =p Outra coisa bem chocante, pelo menos para mim, foi ver não um, mas 4 cachorros dentro da loja. E bem comportados, mesmo com um monte de gente em volta. Nenhum deles era cão guia, não, a princípio também pensei que fosse. Lá também tinha a AppleTV, um controlezinho minúsculo e fino com um receptor pequeno também. E depois de tudo o negócio foi brincar naquele app genial do iOS que é o PhotoBooth. Ah, também tinha um cara dando uma espécie de palestra sobre como usar algumas coisas no Mac enquanto o pessoal sentado nas cadeirinhas iam seguindo o passo a passo.

Rumo à Lids para trocar meu boné ainda entramos na loja da Puma, Zara, Guess, Crocs (onde não comprei meu crocs amarelo porque não tinha meu tamanho COMO SEMPRE! T_T) e GAP. Aliás ao sair da GAP vimos um cantor de rua. O cara canta muito bem, voz mó boa de escutar. Curti bastante ^^

Chegamos à minha loja. Quando informei que queria trocar o boné que eu tinha comprado dois dias antes o atendente nem quis saber da notinha fiscal que eu tava tirando da sacola, já avisou que eu poderia escolher QUALQUER outro lá. Foi tão surpreendente que eu tive que confirmar a informação: “ANYone?”. Ou seja, meus amiguínios iam ter que esperar bastante até eu descobrir por qual eu queria trocar hahaha Depois de uns 10min de indecisão minha eles já se prontificaram a ajudar, me perguntando tipo de boné e o que eu queria para ver se agilizavam o processo de seleção, que tava mais rigoroso que O Aprendiz com Roberto Justus (com o outro apresentador virou bagunça, já). E queria mesmo um New Era com Dodgers escrito na fonte normal deles, mas não tinha. O único jeito foi pegar o mesmo boné mas em outro tamanho. Isso depois de 20min escolhendo >.< Mas poxa, eu tinha uma infinidade de opções! Olha só uma das 22 estantes que tinha lá para eu escolher:

Enfim troquei, mostrei pro cara qual era e pronto, mais nada de burocracia. Aliás isso é algo que me irrita um pouco por aqui, essa falta de burocracia. Eu sei, você deve estar pensando o contrário, mas depois eu explico melhor esse lance num post temático sobre Lojas. O que eu tenho de foto para postar nesse post aliás...

Depois desse passeiozinho, estávamos com fome. Digo, eu e Eddie, porque Miss Ério só toma café e janta, nunca vi pessoa para não comer que nem ela. Fomos então pro shopping que tinha ao final da rua.

Os primeiro e segundo andares do shopping são só de loja, no terceiro que é a parte de alimentação mesmo. Lá em cima tem, do lado de fora, várias mesinhas para sentar e lanchar, uma até com vista pra praia. Só que com o frio que tava o melhor mesmo foi ficar lá dentro da praça de alimentação.

Demos uma olhada nas opções e decidimos almoçar numa bagulhete de comida japonesa que tinha um cozinheiro mega engraçado. A comunicação entre Jacqueline e ele era sensacional, como a gente riu hahahaha. Eu pedi um Bento Chicken (ou seria chicken bento?) com noodles, tava a fim de provar o miojo que eu vira o japa preparar na chapa. Me arrependi depois. Por causa desta escolha ao invés do arroz meu prato demorou demais para ficar pronto =(

Depois de uns 15min esperando finalmente meu bento tava pronto. Cheirinho bom pacas e eu morrendo de fome, foi a combinação perfeita para um lambuze o rosto de shoyu. Mas até que eu saí de lá limpinho, até minha jaqueta branca da Tommy ficou intacta, para surpresa geral da nação. Olha meu “prato” aí que punito:

Barriguinha tava cheia mas ainda restava espaço para uma sobremesa. E lá fomos nós pro Tutti Frutti, uma loja de frozen yogurt bem parecida com a Yogurland que eu sempre vou lá do lado da Kaplan. Pedimos os copinhos para provar os sabores e nossa diversão começou. O melhor foi ver dona Xaque transbordando os copinhos de iogurte porque não sabia a hora de tirar a mão da alavanca HAHAHAHA Fazia cada lambança... sujou o chão e tudo. Os copinhos dela de iogurte pareciam Super Saiyajin nível 3. Aliás aquele foi o almoço dela, ficou entupida de iogurte. O meu foi bem criança de 8 anos, cheio de breguetinho colorido, chocolate, abarrotado de coisas. Do Edmar foi natureba, tinha morango em pedaços e tudo, muito careta xD

(Cara, esse post tá ficando grande o.O)

Depois de ocupar cada centímetro do nosso sistema digestivo fomos às lojas do segundo piso. Primeiro na loja da Disney porque queríamos ver umas coisas pras nossas crianças. Jacque pra irmã dela e eu pros meus sobrinhos. Bem verdade que eu gostei tanto das coisas que por um momento eu esqueci que eu já tinha passado dos 8 anos. Quase comprei um pateta para mim *-*

Depois de lá ainda fomos na Chili Beans dar uma olhada nos óculos e para nossa surpresa o atendente era brasileiro. Ok, não é tão surpreendente assim ver um brasileiro por aqui, mas é porque nem nós percebemos que ele era brasileiro nem vice-versa. Sei que fiquei amarradão num óculos nerd lá que ao voltar pro Rio eu colocaria lentes de grau, mas como eu tô em racionamento monetário eu resolvi deixar para depois.

E chega de shopping! Vamos pro píer porque quarta-feira eu não tinha bateria no celular para tirar fotos e dessa vez eu tinha. PERAÍ!? BATERIA NO VERMELHO DE NOVO? FUUUUUUUUUU! A bateria do meu celular chegou no vermelho bem na hora que pisei no píer. Com 15% ou menos a câmera dele não liga mais. O jeito foi contar com o moreno alto lindo e sensual com um iPhone com bateria e câmera ao lado uashuahsuahuahs Logo, as fotos a seguir são do celular dele. Na verdade depois eu descobri que tinha como burlar o lance da câmera no meu celular, usando um aplicativo semelhante ao Instagram do iOS. Então tem foto minha e do Ed aí embaixo. Não vou explicar detalhadamente sobre elas porque eu já falei sobre o píer no post anterior, então pouparei vossos olhos de informação repetida.

Depois disso foi fácil, só pegar o ônibus e seguir rumo à casa. Não fomos ao Happy Hour lá da Kaplan porque no Habibi Café só ia rolar narguile e nenhum dos 3 é fã de fumaça + sapinho em compartilhamento naqueles bicos de fumo. O jeito foi mesmo voltar pra casa e descansar para o passeio do dia seguinte.

Esta foi minha sexta-feira. Agora falta exatamente 1 mês para eu me despedir desse lugar, que dó, que dó >.<

E você? Quanto tempo tempo falta para suas férias terminarem e o que você ainda pretende fazer? Responde aí embaixo ;D

Até mais o/