segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Day 1 in Los Angeles





Cara, não sei como começar o relato da minha chegada aqui em Los Angeles. Aliás, melhor começar falando sobre o que veio bem antes de chegar à L.A., porque muuuuuita coisa aconteceu!

Dia 31, saí de casa com meus pais, minha madrinha e minha priminha (que queria conhecer o aeroporto). Chegamos lá, fiz check-in na maquininha lá para não enfrentar fila... Beleza, esperar pelo voo que só sairia às 23:25. Lanchamos, conversamos e chegou a hora do chororô da despedida. Entrei na sala de embarque.



Uma PORRADA de gente lá esperando o voo e eu tranquilão indo ao Duty Free (que de barato não tem quase nada. Pelo menos não em relação ao que eu queria). Saí de lá com o pack Trident na mão e minha chará ao receber meu dinheirinho me avisou que já estavam chamando para embarcar. “Voei” lá para baixo e embarquei.


Pronto, quanta coisa nova ao mesmo tempo. Cérebro dá pane até que vem o soco de razão e diz “calma, sua mula, vamos por partes”. E foi tudo dando certo. Abri o cobertorzinho, achei a TV escondida no braço da poltrona, a bandeja do lado para a comida, travesseirinho atrás da cabeça e lá vamos nós. Conseguir ver NADA do Rio! Eu tava bem no meio do avião, várias cabeças à minha frente. Resolvi ficar prestando atenção em tudo e todos. Aí que surgiu a primeira expansão de horizontes: trabalhar em empresa aérea.

Sério, me amarrei naquilo. Pessoal mó legal, contato com gente, um trabalho que deve ser bem interessante afinal de contas você conhece vários lugares diferentes... E faz-se de tudo, né. Serve as pessoas, ajuda-as a achar o lugar, recolhe o lixo. Fora o serviço off-board de indicar portão de entrada, check-in, verificação de passaporte ao entrar no avião e tal... Já é uma alternativa.

Onde eu parei? Ah sim, na decolagem. Fiquei ali parado, olhando pra frente durante um tempão, afinal tempo é o que eu mais tinha. No “telão” mostrava onde o avião se encontrava no mapinha, tempo de voo, velocidade... eu observando tudo. Aliás, quem olhava de longe devia achar que eu tava morrendo de medo, mas eu tava muito calmo para quem está andando pela primeira vez de avião. Dormi, acordei, dormi, acordei, e nem metade do caminho tinha sido percorrido. Minto, antes de dormir foi servido o jantar.

“Beef or pasta? Pasta, ok...”, essa foi a frase que eu mais ouvi naquela aeronave. Todo mundo pedindo massa e só eu pedindo a carne. Chegou minha bandeja, abri o bagulhinho com a maior certeza de que eu não ia gostar e tcharan! Bife de panela com champignon e arroz. ATACAAAAR! A fome era tanta e a satisfação de ver comida que eu gosto tão maior que queimei a língua. Olhos arregalados de susto pelo calor intenso na minha língua e gengiva que eu agarrei o copo com suco como num passe de mágica. Na segunda garfada já fui olhar melhor e vi a quantidade de vapor que tava saindo de lá. Assoprava, comia, assoprava, comia... tava quente, OK? u_u Tinha também uma manteiga dura e um pão mole que ao tentar se unir, fazia a manteiga continuar na faca e o pão de estraçalhar todo. Tava ótemo! Aí depois sim vieram os cochilos de vez em quando.

Depois de tanto babar, fui ao banheiro escovar os dentes e o número 1 (olha como eu sou educado e viadinho hahaha). Cara, bem que minha madrinha disse, é uma experiência que todos deviam passar. É muito maneiro ver como as coisas são organizadas, como funcionam... só quero saber para onde vai todo aquele “lixo”. É, melhor não saber.


Serviram o café (tem a foto aí) e logo depois entregaram as fichas da imigração para preencher. Lá fui eu catar meus papéis e documentos. Calmaí, mas cadê meu passporte?!?!? Olha em um bolso do casaco, olha em outro, olha nos bolsos da calça, olha em todos os compartimentos da mochila... NADA! Aí lá veio a regressão “vamos lá, por onde foi que eu larguei esta porra?”. Primeira hipótese: no duty free. As caixas pedem o passaporte para ver se... sei lá o quê, só sei que a Rafa pediu e eu pensei que ela tivesse ficado. Depois lembrei que para entrar no voo eu precisaria mostrá-lo e mostrei, então tinha que estar comigo de algum jeito. O voo já tava na decida, eu com a caneta da tia do lado emprestada a um tempão e nada de preencher o formulário. Mas lembrei do número de cabeça e preenchi. Chegando lá fui eu catar o passaporte de novo na mochila e achei, no bolso onde tava a escova de dentes (?).

Desembarquei em Nova Iorque na hora prevista e fui descendo a escada rolante. Quando vejo, uma cabeçada na fila da imigração. Fiquei lá por uns 5 minutos e observei o tempo que tava levando e quantas pessoas tinham sido atendidas naquele tempo para traçar uma estimativa. Ah, vai dizer que você não faz isso? Então pronto. No fim do cálculo percebi que só chegaria ao meu flight se um tsunami atingisse o Japão de novo e levasse todos aqueles orientais na minha frente. Eis que a Hale Berry featuring Chimbinha (sério, era parecidassa com a Hale, mas tinha mechas loiras na frente rs) grita “is anyone taking the flight do Los Angeles?”. 10 pessoas levantaram a mão, 11 comigo. Ela liberou para que a gente passasse na frente de todo mundo \o/ Ainda bem porque tinha um cosplay do cara do Matanza atrás de mim que toda hora esbarrava na minha mochila u_u

Passei pela imigração tranquilão, o policial Dean foi rápido. Depois fui lá caçar minha mala... CADÊ MINHA MALA?! Mas como eu já vi em filme que mala é sempre complicado de achar, nem fiquei tenso. Tenso fiquei quando a encontrei. Os viados da American Airlines jogaram minha mala de qualquer jeito e quebraram o carrinho dela. Dava para usar, mas toda hora ela arrastava a parte quebrada no chão, um saco. Entreguei no despacho de malas de novo, dessa vez para Los Angeles. Parti pro gate 36. De acordo com a mocinha de despacho (piada pronta) era só pegar o elevador, ir pro terceiro andar e achar o portão.


A porta do elevador se abre e vejo aquela imensidão de aeroporto. Quando acho para onde eu tenho que ir, uma fila colossal esperando. Chega minha vez, eu já tinha tirado cinto, cordão, celular, carteira (nossa, tudo começa com C o.O) e mochila e colocado na esteira. Na hora de passar “sir, you should take off your shoes and jacket”. FUUUUUUU! Aquele maldito scan que deixa a gente praticamente pelado no raio-x não funciona no pé e tinha que tirar o tênis. Perdi mais tempo porque perdi meu lugar na fila, né. Voltei, passei pelo scan, achei a bandeja onde coloquei minhas coisas na esteira e taquei tudo lá dentro da mochila. Meti o tênis no pé sem amarrar mesmo e fui andando/correndo em direção ao portão 36, só seguindo as placas. No caminho vejo várias lojas, duty free, Starbucks, e não podia ficar, eu tinha apenas SETE MINUTOS para chegar lá no avião. COOOOORRE danado! Sobe escada, desce escada, faz a curva, passa pela esteira... e chega no portão de embarque. Foi só eu entrar que o pessoal já foi fechando a porta rs

Pronto, achei meu lugar, dessa vez na direita, quase do lado da janela. Só tinha uma loira chiquetosa do meu lado que pedia as coisas muita específicas. E do jeito que ela pedia parecia que era algo impossível de conseguir, mas aí vinha a simpática da aeromoça e entregava do jeito que ela pediu. E eu com cara de WTF! A primeira coisa que ela pediu foi “could you give me a glass of water with a splash of blueberry, three cubes of ice and a slice of lime, please? “ e a comissária respondeu “sure” já separando tudo! Ainda perguntou “sorry, you’d said lime or lemon?”. Para mim as duas frutas eram a mesma coisa praticamente, só mudava a cor. Popinho, eu.

Decolamos, dessa vez pude ver alguma coisa. Vi a estátua da liberdade beeeem pequena lá no fundo. E vou te falar, a cidade de Nova Iorque é muito feinha. Sério, toda bege, mó cara de suja. Curti não. Talvez de baixo ela seja bonita e tal, mas pelo que vi não achei grande coisa.

Nesse voo a gente não tinha um TVzinha individual. No anterior dava até para jogar Tetris e Pôquer, mas nessa nós éramos obrigados a assistir ao filme, que por sinal é bem legal. Tava passando Gigantes de Aço (Real Steel), com o Hugh Jackman(nn?). Final do filme, uns programinhas lá de como o pessoal ganhou o primeiro milhão, gostei. Mostrou o cara que pensou naquelas pulseirinhas de borracha que tinha formatos de bichinhos e tal. Tenho que pensar em algo do tipo para faturar meu primeiro milhão. Depois veio um programa de moda chatão e eu desconectei o fone de ouvido para ir ao banheiro.


HAHA! Dessa vez eu tirei foto, afinal de contas não nego a origem pobre e favelada. Alô Campo Grande! xD Após o banheiro foi a hora de usar o wi-fi do avião que me deixou tão feliz em saber só de sua existência. Logo em seguida fiquei triste. Para usar eu tinha que pagar u_u Fiz lá um plano de US$7.49 para usar durante o voo, afinal precisava avisar o povo que eu ainda tava vivo.
Pousando vi como Los Angeles é bem mais bonita que a Big Apple. Saí do avião e dei de cara com o que? Burguer King + Starbucks! Putz, pensei logo na milda quando vi. Tava com vontade de tomar um, mas o negócio era fome, não sede. E ir à Starbucks para comer não rola. Não, no Burger King não tem nada que eu goste, either.


Fui procurar o setor de imigração para pegar meu I-94 porque eu preciso apresentar lá no curso. Primeiro fui lá pegar minhas malas, mas como não tinham chegado ainda eu fui caçar a imigração. Pedi informação e disseram que era no outro prédio. Saí do aeroporto, fui pro outro prédio pela calçada e já podia respirar novos ares. Cheguei lá, novamente um lugar gigaaaaaante, com mais lojas ainda. E pela primeira vez vi um McDonald’s no aeroporto. Achei o setor de imigração, o policial tava com o olho fechado cochilando legal. Dei aquela tossidinha (pausa - CARACA O CHINÊS TÁ DANDO UMA COÇADA DE SACO VIOLENTA AQUI NA MINHA FRENTE u_u) e perguntei como eu pegava o formulário. Ele fez uma cara de “are you crazy?” e pediu meu passaporte. Eu já tinha o trocinho lá, não precisava passar pela imigração de novo. JEEEGUEEE! Agradeci e voltei pra catar minha mala. Mas antes dei uma passadinha nas lojas para comprar um biscoito, mas o Cheetos tava mais caro que no supermercado Valente perto do CNA, desisti.


Peguei minhas malas, mais quebrada ainda dessa vez! Fui lá pro setor de desembarque esperar meu transfer. Não demorou muito apareceu lá o cara com a planquinha Chaves Rafael na mão. O cumprimentei mas ele não falou nada. Depois que ele perguntou “so, you Rafael, right?” “right” “that’s my name, too.” Aí que eu consegui ouvir a voz dele e atentei pro sotaque, perguntei logo de onde ele era e, para minha surpresa, é russo. Fui logo saber se Rafael é um nome popular lá. Não entendi muito bem, mas acho que ele disse que é normal, nem popular nem desconhecido. Agora fazendo um mini balanço, quanto Rafa no mundo, hein! Eu, a mocinha do duty free, o chofer... Cartórios do mundo inteiro, não aceitem mais registros com meu nome. Grato.


Eis que chego à casa da véia! O cara me deixou aqui sem falar nada praticamente. Peguei minha mala quase desmontando, toquei a campainha e surge a véia. Nem parece que tem 68 anos, mas ela falando inglês... só Jesus na Torre de Babel para entender. Descobri que ela é indiana e tá morando aqui em Culver City (ao lado de Beverly Hills, que é ao lado de Westwood onde é meu curso) há 25 anos. Além dela estava também minha promessa de Green Card, que é a neta dela. Deve ter uns 18 anos, já rende xD

Sashi (pronuncia-se sáshi) me fez um “almoço”, aquele sanduíche que eles chamam de refeição. Tirei o queijo e o tomate e já avisei que eu não como. AQUI QUEM MANDA SOU EU, RAPÁ! =p

Comi o sanduíche com chá de raspberry (é framboesa, né?) quente pra cacete, nostalgiando o beef do avião. Vim arrumar meu armário no quarto e chegou meu roommate. Reznov (acho que é assim que se escreve, ainda não pedi para soletrar rs) é um chinês de 19 anos que pretende fazer faculdade aqui, então deve morar aqui por uns 3 ou 4 anos. Tá na mesma escola que eu vou estudar, mas ele estuda o inglês mesmo e eu vou fazer o preparatório pro TOEFL. O chineca é mó legal, bem engraçado, gosta de conversar e me deu a senha do wi-fi aqui da casa que a véia queria me cobrar US$15.00 por mês. Fala sério, isso é o que eu pago aí no Brasil! Ofereci ao Rez que rachássemos, mas ele falou que não tinha problema, era só não falar nada para ninguém. Ah, o quarto é grandinho e o armário todo espelhado =D


Por falar em ninguém, tem mais dois hospedados aqui. Um russo que acho que o nome é Dima e um muçulmano que, se entendi o Rez falando certo, é Klit. Okay, pode liberar o registro de Rafael novamente. Pelo que o china falou o Dima quase não se vê em casa, e o Klit tem hábitos bem estranhos e pouco interativos. Agora são 18:09 e nenhum dos dois apareceu aqui até agora. Espero que falem direito pelo menos, porque até agora eu to me achando com meu inglês aqui.
Ah sim, hoje de tarde fui comprar o bus-pass mensal para usar o ônibus livremente, assim dá para economizar bastante. A passagem aqui é mais cara que aí, tá? Aqui é US$1.50 a passagem. Apesar que pelo que eu li hoje tá quase chegando a isso... enfim, andem de Kombi.

Pronto, tá aqui descrito minha vinda para Los Angeles. Espero que todas as perguntas tenham sido respondidas. Agora vou colocar uma meia no pé, mas continuar de bermuda porque eu sou foda rs, porque o chão daqui é quase uma pista de patinação. E isso porque hoje foi um dia muito quente para eles. Para mim tava fresquin.

É isso por enquanto. Beijos e/ou abraços!

2 comentários:

  1. Ahh que sonho!! Um dia será eu indo pra Londres ou pra Suiça.. rs Adorei seu ''diário de bordo''!
    Good luck there e aproveite bastante!
    Beijoos!

    (Chichan Itzá expandindo seus horizontes! kkk)

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  2. Oi Rafa, tudo bem? Estou lendo seu blog, na verdade, comecei a ler agora... Quer dizer que NY é feia? Caraca, lá é o sonho de toda menina que via Sex and the City... kkkk
    Não sei porque proibir novos Rafaéis no mundo... olha, já estagiei em cartório, Rafael perde bonito pra Maria...rsrs
    Tu tá mandando o povo andar de kombi??? como assim? tem kombi igual essas pobrezas aqui de CG????? rsrs
    Espero que esteja curtindo o local... beijos

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